Surgimento da Sociologia
As Ciências Sociais são
um conhecimento científico que estuda as dinâmicas sociais mediante
metodologias. Esses métodos podem ser quantitativos ou qualitativos e vão
fundamentar as pesquisas nas diversas áreas de conhecimento.
A Sociologia surge no final
do século XVIII e início do século XIX, com Augusto Comte (1798-1857) que,
movido pelas mudanças provocadas pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa, viu
a necessidade de uma disciplina que
estudasse cientificamente a sociedade, denominou a palavra Sociologia,
considerado por isso, o pai da Sociologia.
O primeiro sociólogo
inglês foi Herbert Spencer (1820-1903), assim como Comte ele acreditava que a
sociedade poderia ser estudada cientificamente.
Contemporâneo de
Spencer, Émile Durkheim (1858-1917) era um francês que estudou a formação da consciência
coletiva, partindo do pressuposto de que o homem seria apenas um animal
selvagem que somente se tornou humano porque se transformou em um ser sociável.
Karl Marx (1818-1883),
acreditava que a organização das sociedades se dava por meio das relações de
trabalho e produção, é responsável juntamente com Engels pela teoria da luta
de classes.
Max Weber (1864-1920),
defendia que a desigualdade possui várias dimensões e depende do contexto
histórico.
Foi decorrente dessas
teorias surgidas nos séculos XIX e XX que os estudos sociais se fortaleceram
como científicos, nesse período histórico, na Europa a verdade estava
diretamente ligada a cientificidade dos fenômenos de qualquer natureza, essa
cientificamente é produto da sociedade européia que vem do Positivismo.
Apesar de as obras de
Marx e Weber comporem o arcabouço teórico da Sociologia, sua criação enquanto
ciência deve-se à Durkheim, este
estabeleceu métodos positivistas para
analisar os fatos sociais.
O Surgimento da Sociologia no Brasil
A Sociologia no Brasil
chega tardiamente, herança cultural da Europa, foi introduzida como disciplina
nos cursos médios em 1925 em Escolas Normais, inicialmente na Escola Normal de
Recife e na Escola Normal do Distrito Federal.
Em 1930 foi instituído
os cursos de Sociologia e Ciências Sociais
no ensino superior. Em 1931 ocorreu uma ampliação do ensino de
Sociologia no nível secundário no sentido de se dar mais ênfase a uma formação
humanística.
Em 1933 é criado o primeiro
curso de Sociologia no Brasil, da Escola Livre de Sociologia e Política de São
Paulo, em 1934 é criada a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo, nesse período contribuem para Sociologia brasileira
cientistas americanos e europeus como: Horace Davis, Samuel Lowrie, Donald
Pierson, Roger Bastide, Radcliffe-Brown, dentre outros.
É fundada em 1935, a
Sociedade de Sociologia de São Paulo, transformada em 1948 em Sociedade Brasileira de
Sociologia.
Em 1942 é retirada a obrigatoriedade
do ensino de Sociologia nas escolas de ensino médio, permanecendo apenas nas
escolas normais. No entanto, a disciplina continua a ser lecionada até o golpe
de 1964.
No início do anos 1950
a Sociologia Científica[1] chega
à América Latina, no Brasil a Sociologia Científica surge sob influência do
estrutural funcionalismo[2], no
princípio dos anos 1960, com Florestan Fernandes surge no Brasil a Sociologia
Crítica[3], com uma
orientação mais analítica, intelectual e política no debate da produção sociológica.
Ainda em 1960, é criado
o curso de Ciências Sociais na Universidade do Distrito Federal, a Escola Livre
de Sociologia e Política de São Paulo forma em 1936 os primeiros Sociólogos.
Após um período de
grandes conquistas e produções na sociologia brasileira em 1964, com o golpe,
ocorre um esvaziamento de universidades, aposentadorias compulsórias,
desativação de órgãos de pesquisa, repressão e dispersão de sociólogos. A
produção sociológica se transfere para espaços organizados fora das instituições
de ensino, em 1969, um grupo de professores fundam o Centro Brasileiro de
Análise e Planejamento (Cebrap).
Nesse percurso que
compreende o período da Sociologia Científica, o surgimento e consolidação da
Sociologia Crítica, enquanto ruptura e negação da ordem social existente,
destaca-se Florestan Fernandes, de grande prestígio no pensamento social brasileiro, pode-se
dizer que, a história da Sociologia no Brasil é inseparável deste.
[2] Movimento nascido do funcionalismo antropológico de
Radcliffe-Brown que marcou a sociologia e a ciência política norte-americana
dos anos cinqüenta, destacando-se Talcott Parsons, Arthur Fisher Bentley e
Charles E. Merriam. A função passa a ser vista em termos teleológicos, como a
contribuição que uma atividade parcial oferece à atividade total da qual é
parte.
[3]
Aliando o rigor metodológico à pesquisa empírica, Florestan Fernandes funda a
sociologia crítica no Brasil, inaugurando um novo estilo de pensar a realidade
social. Para Florestan, o pensamento se pensa todo o tempo, pois a reflexão
crítica deve ser sobre o pensamento e o pensado.
Referências
Bibliográficas:
LOPES, Alves Doraci. Sociologia.
Http://www.sociologos.org.br/textos_default/2911_profissão.asp (Consulta em 24/10/2007)
LIEDKE FILHO, Enno D. A Sociologia no
Brasil: história, teorias e desafios. Sociologias. July/Dec. 2005, no.14,
p.376-437.
PEREIRA, Patrícia. Por
Onde Começar?. In: Sociologia Ciência e Vida. Ano I, nº 06. SP: Escala,
2007.
MATTOS, Sanandaj Sérgio. O
Período da Sociologia Científica. In: Sociologia Ciência e Vida. Ano I,
nº10. SP: Escala, 2007.
MATTOS, Sanandaj Sérgio. Sociologia
de Cátedra nas Escola Brasileiras. In: Sociologia Ciência e Vida. Ano I,
nº09. SP: Escala, 2007.
PEIXOTO, Maria Angélica e
VIANA, Nildo. Nasce a Sociologia Brasileira. In:Sociologia Ciência e
Vida. Ano I, nº05. SP: Escala, 2007.
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